A administração do presidente Donald Trump virou o cenário econômico de cabeça para baixo. Com a confiança dos investidores nos Estados Unidos em queda, os olhos começam a se voltar para a Europa — agora vista como uma alternativa mais segura e promissora. Talvez, neste novo contexto, o Velho Continente ofereça mais estabilidade do que Washington.

Segundo o The Wall Street Journal, a atual política tarifária de Trump provocou a maior queda dos mercados americanos em três anos. Especialistas apontam o primeiro trimestre de 2025 como o pior desempenho das ações nos EUA desde 2022.

As guerras comerciais iniciadas pelo presidente, somadas à sua postura confrontadora — inclusive com antigos aliados —, desencadearam uma onda de incertezas nos mercados globais. Índices-chave como o S&P 500 e o Nasdaq Composite vêm registrando perdas consecutivas, sem sinais claros de recuperação no curto prazo.

O nervosismo também se reflete no comportamento dos investidores. No mês passado, o Bank of America registrou um volume recorde de retirada de capitais dos mercados americanos. Cerca de um quarto dos investidores reduziu sua exposição a ativos dos EUA, citando a crescente instabilidade e a necessidade de reavaliar suas estratégias.

Com isso, o interesse pelo mercado europeu está em alta. A demanda por ações da Europa atingiu o maior nível desde julho de 2021 — e continua crescendo.

Desde o início de 2025, o índice Stoxx Europe 600 já acumula alta de 6,4%, superando o S&P 500 em quase 10 pontos percentuais — o maior diferencial de desempenho entre os dois índices desde 2015. O setor de defesa tem se destacado: a alemã Rheinmetall dobrou seu valor de mercado, enquanto a francesa Thales registrou valorização de 77%.

Nos Estados Unidos, o clima segue tenso. Segundo uma pesquisa da CNBC, mais da metade (60%) dos diretores financeiros preveem uma recessão já no segundo semestre de 2025, enquanto outros 15% acreditam que ela chegará até 2026.